4 de setembro de 2009

O dinheiro, sempre o dinheiro...

"O nosso pé está bem preso no acelarador e estamos a caminhar para o abismo"


O Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, visitou o Ártico para assim fazer um novo apelo para o aquecimento global.
Ban Ki-moon encontrou-se com cientistas e andou sobre o gelo do Árctico, que especialistas afirmam estar a fundir a um ritmo ainda mais acelerado do que se julgava. Há cenários que sugerem que, até 2050, o Árctico não terá mais a sua calota gelada no Verão.

Quinta-feira passada em Genebra, alertou para a aceleração do aquecimento climático que, segundo ele, está colocando o mundo num abismo.

"O que farão quando as tempestades empurrarem o mar para o interior dos continentes? Para onde irão?", perguntou.

O Árctico é o ponto do mundo onde o aquecimento climático está a acontecer de modo mais rápido”, disse o secretário-geral da ONU. "Os cientistas foram acusados durante muitos anos de ser alarmistas. Mas os verdadeiros alarmistas são os que dizem que não podemos iniciar uma acção climática porque isto prejudicaria o crescimento económico", declarou Ban.

"Eles estão errados. A mudança climática pode desencadear um desastre em massa", alertou, muito preocupado com as dezenas de milhões de pessoas ameaçadas em áreas litorais pela elevação do nível das marés, que provoca o desgelo no Ártico.

Ban depositou todas as suas esperanças num encontro internacional de alto nível que será realizado no dia 22 de Setembro em Nova York por iniciativa das Nações Unidas, mas lamentou a lentidão e o carácter limitado das negociações para a Cúpula de Copenhague de Dezembro. Ele alertou também para "sofrimento humano incalculável e consequências catastróficas para o planeta" se os líderes mundiais não conseguirem chegar a um acordo para diminuir as emissões dos gases que provocam o efeito estufa.

"A resposta está em um crescimento (económico) verde, um crescimento sustentável", insistiu o chefe da ONU.

Considerou que "falta uma política que imponha um preço ao dióxido de carbono. Uma política que envie um forte sinal do mercado às iniciativas pioneiras para um futuro com um nível baixo de dióxido de carbono".

"Precisamos de um programa de investimentos públicos para a energia renovável. Precisamos de transferências de tecnologia para uma eficácia energética", reiterou.
Este investimento representaria "menos poluição, uma saúde pública melhor, uma melhoria da segurança alimentar, menos riscos de emigrações em massa e de instabilidade política, mais empregos na economia verde", concluiu.

Pois é, tal investimento seria o melhor para todos nós, ou não... O problema é que os países ao mudarem o "seu comportamento" temem afectar-lhes a sua economia. Mas quando as grandes cidades como Nova Iorque e Toquio forem inundadas, quero ve-los a temer pela sua economia.

O dinheiro, sempre o dinheiro...


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